Sabemos que não é a palavra em si, mas o conceito que atibuimos à palavra que cria a maior parte das nossas dificuldades. A abordagem espiritual a este problema das palavras é que temos de ir da forma para o Sem Forma. Temos de ir para o Infinito através do finito. Por isso, no início, temos de dar uma forma a alguma coisa. Por exemplo, no início dizemos que Deus tem uma forma. Depois, vamos ao nosso interior e verificamos que Deus não é um ser humano ou um ser mental, mas uma Consciência vasta e infinita.

Para um principiante no caminho espiritual, uma forma é absolutamente necessária; a forma é tudo para ele. Então ele vai além da forma para o Sem Forma. Ele pode obter a Consciência Infinita, pode sentir Deus, a Consciência Infinita. Por outro lado, Deus, sendo Infinito, também pode ser finito. Caso contrário, Ele não é infinito. Ele é omnipotente porque pode estar no átomo e ao mesmo tempo no vasto universo.

Através da forma temos de ir para o Sem Forma. Através do finito temos de ir para o Infinito. De facto, esta é a lógica divina. A forma no início tem um valor inigualável, mas não necessariamente no fim.

Não é a palavra em si que tem um valor intrínseco, mas o que ela transmite. Certas palavras espirituais estão carregadas de um significado ou de uma condição ou de uma consciência que se desenvolveu nelas ao longo de milhares de anos de um uso espiritual especial. Quando entramos profundamente no significado de tal palavra, quando revelamos a própria essência da palavra e manifestamos o seu impulso interior na esfera exterior, então a palavra cumpre o seu objectivo, tanto interior como exteriormente.